Renascer
O tempo era árido
Desertificava campo vivo
Transformando-o em sertão
Desse de cangaceiro conhecido
Buscando a caça entrelaçada
Pelos galhos cheios de espinhos
Das caatingas procurando água
Tentando achar vida
Na ferida da terra.
Como flor de mandacaru
Se curvando ressequida
Derramando sua seiva
Como se sangrasse
Padecendo
Mas bastasse um orvalho
Uma única gota de sereno
Para os ribeiros, açudes e vales
Surgirem como se caíssem do céu.
Destacando o verde por todo o horizonte
Dos mais belos montes
De fendas repletas de
Ninhos com carcarás
Flores de orquídeas
O camaleão, a lebre, o bode, o jumento
Firmando a vereda
Se fazendo primavera
Em qualquer estação
Sempre se vestindo de Tieta.
Essa é o sertão
Vida apaixonada que brota
Sem pedir licença
Numa resistência
Inacreditável
ALLima