Rumba da Mágoa
A chuva fina caía sobre o velho cigano
sentado à beira da fogueira
Contemplando a janela de sua alma
Que se abriu sem pedir licença
Deixando a mágoa passar
Ela não vestia branco
Ou pano de seda
Estava nua, completamente
Estendia-lhe as mãos
convidando-o à dança
Emocionado, o velho levantou-se
E tocou a face, acariciando-a
Envolveu-lhe nos braços
A tomando por inteira
Segurando um velho punhal
O cigano Seduzido
Batia pés e mãos
Olhando atentamente as curvas
Da poesia dançante
Rodopiavam a fogueira
Pegando brasas
Em movimentos suaves
como se quisessem brindar
oferecendo calor
A áurea gelada
Os ventos que sobravam
Soavam concertos de cordas
O Estalar da madeira queimando
Parecia pandeiro e castanhola
Enquanto sua companheira
Dançava rumba
Parecendo flutuar
Era o tempo da dança
De leveza e graça
no mais lindo baile dos pés
Exaustos, sentaram sobre a campina
A mágoa, oferecendo-lhe colo
E deitado, o velho sucumbiu aos toques
Sendo imediatamente arrebatado
A alma bateu a janela subitamente
Levando-o Sob a proteção de sentinelas
Para o acampamento eterno
Onde a mágoa não faz morada
Sendo sua nova casa
A tenda do amor.
Allima